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Mostrando postagens de setembro, 2023

O infinito e a tempestade

A sensação era de estar com os olhos fechados, ouvindo um som agudo em um volume extremamente baixo que exigia completa atenção para percebê-lo. A respiração calma com ar suficiente para encher os pulmões toda vez. Quando concentrado ouvia o tom angelical sem dificuldade e era como se estivesse conectado com tudo o que existia em todo lugar. O peito expandido ao máximo para sentir a singela sensação da existência. Em um cosmos distante, flutuava. As estrelas em volta faziam parte de seu corpo, os olhos fechados, os ouvidos que eram feitos de galáxias ouviam.  A experiência de mover as mãos, mesmo que por um centímetro, era como balançar suavemente as mesmas por de baixo d’água. Havia uma pequena resistência que causava sentimento de completude, as mãos que não eram mãos, eram e não eram porque não existiam sem as estrelas, mas o que seriam as estrelas sem as mãos do infinito? Inspirava e expirava com ritmo, mas sem regra. Inspirava e podia ver a escuridão que havia para todos os lados